Jornalismo sensacionalista está (bem) longe de ser um bom jornalismo. A apelação para o drama, o exagero de emoções e a falta de empatia para tratar de tragédias torna o sensacionalismo algo a se combater dentro da profissão. Confira algumas dicas de como fugir desse padrão e evitar matérias sensacionalistas. 

Muito se fala sobre o sensacionalismo no meio jornalístico. De fato, é um tema controverso e bastante criticado, mas tão presente na cultura brasileira e mundial, que fica difícil desviar a atenção.

O sensacionalismo deve ser combatido, não apenas pela espetacularização de tragédias, mas também por ser uma grande oposição do jornalismo sério e de utilidade pública.

Outro aspecto nada agradável do jornalismo sensacionalista é a total falta de consideração e respeito pelos sentimentos e pela realidade das pessoas envolvidas. Passa bem longe de uma atuação profissional.

Porém, existem algumas dicas simples, mas eficientes, que ajudam a evitar o sensacionalismo nas matérias. São medidas a serem incorporadas no dia a dia da redação e, como resultado, as reportagens serão cada vez mais profissionais e objetivas. Confira:

Cheque os fatos 

É o ensinamento básico do jornalismo, mas é o mais importante. Diante de uma pauta polêmica, principalmente, é imprescindível fazer uma checagem adequada dos fatos, apurando todas as informações existentes para constatar se são verdadeiras. Notícias falsas, boatos e informações conflitantes devem ser deixadas de lado; caso contrário, a apelação se tornará real na matéria.

Sempre procure fontes de confiança e, principalmente, as fontes oficiais. Essas serão as principais estruturas de informações corretas e verdadeiras.

Ouça todas as versões 

Além disso, o jornalista que deseja fugir do sensacionalismo deve acompanhar e ouvir todas as versões existentes, independente de quantas sejam. As fontes são a essência da matéria e, por isso, todas as versões de um fato são igualmente importantes – claro, desde que respeitando a verdade. Mais uma vez atenção com a apuração.

Em caso de não conseguir contato com alguma fonte para contestar ou confirmar alguma versão, sempre é possível fazer uma retratação por meio da errata. 

Faça levantamentos estatísticos

Para agregar mais credibilidade e veracidade às matérias, um levantamento estatístico ou levantamento de dados é a saída.

Fuja das apelações

Muitos jornalistas gostam de apelar para as emoções e a empatia dos leitores; sabe que ao relatar um caso, como por exemplo um feminicídio, a adesão de mulheres será grande, porque elas se sentirão próximas ao acontecido, empáticas à vítima. Nesse momento entra o exagero emocional, transformando a matéria em um espetáculo, afastando, assim, o verdadeiro objetivo da reportagem, que é o alerta, a utilidade pública.

Uma reportagem não sensacionalista foge desses preceitos do apelativo, do exagero, do drama. A matéria jornalística deve sim mexer com as emoções do leitor, mas de uma forma aceitável, sempre pendendo para o lado sublime, da emoção que gera ternura. Nunca puxar para o lado emotivo de uma forma pejorativa ou trágica. 

Jamais seja tendencioso

Um grande erro do jornalista é interpretar informações da forma como bem entender, tirando falas do contexto ou, propositalmente, dando outras interpretações ao que foi dito pela fonte.

Além de ser um erro grotesco, é antiético e pode acarretar problemas maiores não apenas para si, mas para todo o meio de comunicação, como processos judiciais e a perda da credibilidade da instituição jornalística (sem contar a chance de perder o emprego).

Jornalismo é paixão, mas acima de tudo, é seriedade e comprometimento.